18/03/10

"floresta de fang"




"por entre as palavras"

o gosto por as palavras ditas em liberdade, lançadas ao vento, proclamadas por a própria natureza, palavras vivas que flutuam e que se consolidam transformadas na voz sólida e consciente de uma alma comum. estas esculturas convertem-se em território reflexivo do colectivo de artistas plásticos, os portugueses marisa alves e joaquim pombal e o catalão marc brocal, que tomam corpo dentro do projecto floresta de fang. Isto quer dizer, a gestação dum bosque de troncos sapientes edificados lentamente ao largo dos séculos em acomulação de anéis, neste caso em sobreposição, como símbolo de crescimento e evolução. a seiva deste conhecimento cristaliza e se reproduz na diversidade de pensamento como se fosse uma só voz atemporal. uma floresta ideal, abrangente, sem fronteiras nem limites, sempre disponível e acolhedora.


As obras do projecto "floresta de fang", iniciado em 2007, reúnem-se numa só exposição, de 20 de março a 8 de maio de 2010.









fragmento de "guarda-chuva"

em certas ocasiões há chispas mágicas que permitem o encontro feliz entre as pessoas. o frenético ritmo de vida da nossa sociedade vem-nos acostumando cada vez mais a viver desde compartimentos estanques. é paradoxo como na era da comunicação temos tanta dificuldade em intercomunicarmos fluidamente, com naturalidade, tendo em conta que o acto comunicativo nos caracteriza definitivamente na nossa condição humana. cada individuo, por si mesmo, qualquer que seja a sua situação ou procedência, oferece um mundo de experiências e sensações dignas de serem exploradas e devidamente valorizadas. é no conhecimento do outro que vamos entrevendo o nosso EU, para construir os alicerces que sustentam o edifício que nos há-de suportar.
é comum, num mundo desorientado, experimentar na própria pele, como se estigmatiza a diferença de pensamento e cultura e constatar que se lançam vozes impúdicas com a poderosa tirania de uma moral assustadora e agressiva. quando nos damos conta de que o Outro também sou Eu, de que tod@s somos uma mesma e complexa Unidade, começamos a sentir que a diferença não é tal, se não aquela que nos complementa. as pessoas passam, as experiências transcorrem...e sempre permanece algo que sedimenta em nós.

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