21/11/07

bienal de manises - valência (espanha)


VIII Bienal Internacional de Cerâmica. Manises
16-11-2007 a 19-01-2008

exposiçöes:
-Sala "Els Filtres", Manises
obras selecionadas do concurso da 8ª bienal

-Casa de Cultura e Juventude de Manises
Le ceramiche bitossi. Una storia italiana

-Museu de Ceramica de Manises
[re]generació




"alma nua"
técnica mista. faiança vidrada, grés chamotado, reservas, aerógrafo e óxidos.
cozida em atmosfera oxidante (1000ºC) e atmosfera redutora (1200ºC)
1,50 m x 1,50m x 1,95m















joaquim, marisa e marc na VIII bienal de ceràmica de manises 2007

poema em bilingue, português – catalão, de fernando pessoa, que serviu de inspiração à concepção desta obra.


Não dormes sob os ciprestes
Pois não há sono no mundo.

O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.

Vem a noite, que é a morte,
E a sombra acabou sem ser,
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.

Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa.
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.

Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.

Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.

A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não 'stás morto, entre ciprestes.

Neófito, não há morte.




No dorms pas sota els xiprers
Puix que no hi ha son al món.

Ombra és el cos dels bolquers
Del teu ésser més pregon.

I ve la nit, que és la mort,
I l'ombra l'ésser ara perd:
Perfil nocturn, breu comport,
Tu mateix com un reflex.

Mes al Casal de l'Encís
Lleven els Àngels ta capa.
Muscle nu, camí endins,
Gairebé res ja no et tapa.

Llavors, Àngels del Sender
Et despullen; restes nu.
No tens vestits, no tens res:
Tan sols el teu cos, que ets tu.

Per fi, en la fonda caverna,
Tot et despullen els Déus.
Venç el cos, ànima externa,
Mes veus que són iguals teus.

L'ombra lleu dels teus bolquers
Roman en la nostra Sort.
No estàs mort, entre xiprers.

No, neòfit, no hi ha mort .


Iniciação - Fernando Pessoa

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